Desde quando chegamos ao mundo até o início do nosso desenvolvimento cognitivo, o leite é essencial. Sendo nossa primeira fonte de alimento, possui um papel fundamental para os bebês, uma vez que fornece cálcio e nutrientes vitais para o crescimento. Já para os adultos, atua na prevenção de problemas como a osteoporose, a desnutrição, o diabetes e várias outras doenças.

No passado, quando os seres humanos desmamavam, por volta dos dois anos de idade, se tornavam imediatamente intolerantes aos laticínios. Entretanto, a medida que o homem passou a criar o gado e a produzir produtos a partir do leite, determinados indivíduos criaram a capacidade de desenvolver as enzimas responsáveis por trabalhar a lactose, e isso foi passando de geração em geração pelo DNA. Segundo pesquisas, sofremos uma possível mutação genética ao longo dos anos.
O leite que bebemos hoje vem principalmente da vaca, e contém muitos nutrientes e benefícios. O líquido concentra uma alta dose de proteína, responsável por auxiliar na construção dos tecidos, além de ser rico em vitaminas A, D, B6 e B12, que fornecem energia, protegem os olhos e otimizam a concentração. Contudo, sua principal característica é a presença de cálcio, e, para se ter uma ideia, apenas um copo de leite já é responsável por metade da dose ideal recomendada por dia para uma criança de até seis anos.

Quantidades insuficientes do mineral no organismo podem causar desde osteoporose (decorrente do enfraquecimento dos ossos), até insuficiência cardíaca e demência, e um estudo recente publicado na revista Nature identificou que apenas 2% da população consome a medida recomendada, de 1,2 gramas por dia. O cálcio do leite é praticamente insubstituível, uma vez que o organismo o absorve de forma mais eficiente do que o proveniente de outras fontes, como os vegetais verde-escuros.

Em geral, a recomendação é a de que um adulto consuma cerca de mil gramas, e, tirando o leite e seus derivados, as demais fontes de mineral contribuem pouco na soma. Para se ter uma ideia, quando o cálcio é proveniente do leite, cerca de 30% dele é absorvido, enquanto o proveniente de vegetais tem uma taxa de 5% de absorção apenas. A necessidade deste nutriente se torna ainda maior após os trinta anos de idade, uma vez que passamos a perdê-lo com rapidez e a necessidade de reposição aumenta.