O objetivo do projeto é tornar a genética de ponta acessível aos produtores de leite da região.

 

A qualidade dos produtos de origem bovina depende da soma de diversos fatores como nutrição, bem-estar, manejo e genética. A evolução e adaptação dos bovinos tende a acontecer de forma espontânea como em toda a natureza, mas com os avanços tecnológicos dos últimos 20 anos, passou a ser possível acelerar o melhoramento genético, algo que vem aumentando de forma significativa o nível de produtividade de muitos pecuaristas em nossa região.

Como uma das principais instituições ligadas ao agronegócio e a pecuária leiteira no Leste de Minas, a Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, é idealizadora de um projeto voltado exclusivamente ao melhoramento genético, o Crê$er Genética FIV. O foco do projeto é tornar a genética de ponta acessível aos produtores integrantes do quadro de cooperados, sejam pequenos, médios ou grandes produtores.

A fertilização in vitro (FIV) de bovinos é um procedimento semelhante à FIV em seres humanos. Nesse processo, a vaca é submetida a estímulo ovariano para produzir múltiplos óvulos. Esses óvulos são coletados e fertilizados em laboratório com sêmen de touros de alto padrão genético. Após a fertilização, os embriões resultantes são cultivados in vitro por alguns dias antes de serem transferidos para vacas receptoras ou congelados para uso futuro. No caso da pecuária de leite, o objetivo é alcançar o máximo de prenhezes positivas de fêmeas.

Desde 2014, o Crê$er Genética FIV é responsável por uma revolução na genética bovina do Vale do Rio Doce. Até o ano de 2022, foram mais de 9.000 mil prenhezes totais e mais de 8.000 mil prenhezes de fêmeas confirmadas e, ao longo de 8 anos, as Rodadas de FIV da Cooperativa resultaram numa média de 792 bezerras de genética elevada. Vale lembrar que para além dos aumentos significativos na produção de leite, a FIV contribui para a valorização do gado dos produtores, que podem comercializar bezerras, novilhas e vacas com maior valor de venda.

Nossa região é conhecida pelo grande êxodo de jovens e adultos para os Estados Unidos, geralmente em busca de uma vida melhor, e no meio rural a realidade não diferente. A falta de rentabilidade no campo já incentivou muitos a abandonarem a atividade rural e migrar para o exterior. Graças ao Crê$er Genética FIV, o cooperado Wemerson José Soares fez o contrário, decidiu permanecer no Brasil após ver sua produção mais que dobrar com as vacas e novilhas provenientes da FIV. “Eu acredito que se não fosse a FIV, eu já teria voltado para os Estados Unidos. Antes de fazer a FIV, eu tirava uma média de 40 litros de leite por dia, e no meu ponto de vista, isso não ia ser suficiente para sustentar minha família, e hoje eu tiro uma média de 550 litros por dia, por aí já dá para ver o tanto que a FIV vale a pena.”, diz o cooperado Wemerson.

Outro produtor beneficiado pelas Rodadas de FIV da Cooperativa é o cooperado Carlos Henrique Pereira, que viu a qualidade do seu rebanho aumentar de forma significativa. “No começo eu pensei que fosse dar muito trabalho, colocava muita dificuldade, e mesmo assim eu decidi fazer as transferências. Quando começaram a nascer as primeiras bezerras eu fiquei muito satisfeito. Se Deus quiser vamos aumentar muito a nossa produção de leite aqui na fazenda”, afirmou o produtor, que em 2023 já obteve sete bezerras de FIV.

No Vale do Rio Doce, a Cooperativa é pioneira no movimento de democratização da genética de alto padrão. Desde 2014, a instituição já recebeu comitivas da Colômbia e de outros lugares do Brasil para a apresentação do projeto e seus benefícios.  “Esse é o diferencial da Cooperativa, o nosso foco não está só no produto, está principalmente no desenvolvimento e crescimento dos nossos cooperados pessoas e produtores rurais. Trazer evolução para atividade leiteira aumenta nosso nível de produção e garante qualidade de vida para os cooperados e suas famílias”, afirma João Marques, presidente da Cooperativa.

Em 2023, as duas primeiras Rodadas de FIV da Cooperativa já resultaram em 687 prenhezes positivas de fêmea. Em comparação com as duas rodadas iniciais de 2022, houve um aumento em cerca de 40% no número de prenhezes de fêmea, o que demonstra que os produtores estão percebendo na FIV uma grande oportunidade de crescer na atividade rural.