O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) fixou no ano de 2018 novas regras para a produção de leite especificando padrões de identidade e qualidade do leite cru refrigerado, pasteurizado e “tipo A” por meio das Instruções Normativas (IN) 76 e 77/2018. As INs tem como foco nortear os padrões de qualidade da matéria-prima na indústria e no manejo nas fazendas leiteiras. O MAPA realiza o controle de qualidade do leite através da coleta de amostra colhidas pela indústria para assegurar o cumprimento de todos os requisitos, por isso, é essencial realizar uma coleta de amostra correta.

Este procedimento é importante para o processo de avaliação da qualidade do leite in natura  produzido do produtor. Sua principal característica é retratar com fidelidade as características do leite, minimizando as chances da industria captar uma matéria-prima sem qualidade, ou até mesmo, adulterada o que acarretada danos tanto para a indústria quanto para o consumidor final.

Principais indicadores analisados pela coleta de amostra

  • Contagem Bacteriana Total (CBT);
  • Contagem de Células Somáticas (CCS);
  • Matéria Gorda;
  • Proteína.

Estes indicadores são utilizados pelas indústria para a certificação da coleta de leite de qualidade para a produção de leite e derivados que promovam e mantenham a saúde dos consumidores garantido a segurança alimentar. Além disso, os produtores que produzem leite de qualidade são bonificados pelo trabalho que desenvolvem em suas fazendas. As amostras também tem a finalidade rastrear qualquer contratempo que possa ser identificado no leite pelas indústrias .

Como são realizadas as coletas de amostra pela indústria de acordo com as INs 76 e 77/2018

  1. Para a realização de uma boa coleta de amostra  é necessário a elaboração de uma lista com a identificação de todos os produtores cadastrados como fornecedores para a confecção de etiquetas com código de barras para a leitura dos aparelhos de análise no laboratório Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL);
  2. É necessário a organização das rotas para a distribuição dos frascos esterilizados e identificados. Para a realização da coleta de amostra de cada produtor é necessário dois frascos com tampas de cores diferentes . Em um frasco é coletado uma amostra para análise de CBT e no outro, a amostra para análise de CCS, matéria gorda e proteína;
  3. Para realizar uma boa coleta de amostra o  transportador realiza a homogenização do leite. Em seguida coleta duas amostras com uma concha inox esterilizada com cuidado para colocar a medida correta nos frascos e agitar para diluir as pastilhas conservantes das amostras. Na sequência armazena em caixas isotérmicas com gelos recicláveis.
  4. Ao chegar à indústria as amostras são enviadas ao setor de controle de qualidade e são refrigeradas para garantir a conservação das amostras.
  5. A última etapa deste processo é a organização dos frascos para o envio ao laboratório credenciado na RBQL que são transportadas em um veiculo apropriado para garantir a qualidade das amostras.

Portanto, a realização correta do procedimento da coleta de amostra é de fundamental importância  para a identificação e disgnóstico da qualidade do leite fornecido pelos produtores que são justamente remunerado pela qualidade, segurança e eficiência na produção de leite de acordo com as IN 76 e 77/2018.

Hudson Cardoso - Colaborador da cooperativa

Por Hudson Cardoso – Política Leiteira