Capaz de gerar um grande impacto em toda a cadeia produtiva, o LINA merece atenção especial dos produtores, afinal, estabilidade é algo fundamental para o desenvolvimento da pecuária leiteira. A sigla faz referência ao Leite Instável Não Ácido, que coagula no teste do alizarol mesmo sem apresentar acidez de origem microbiológica, o que, em outras palavras, significa que aparenta ser ácido mesmo que não seja de fato.

Como o alizarol é o primeiro teste de qualidade realizado na coleta do leite cru, o LINA é rejeitado, gerando transtornos. Para se ter uma ideia, de acordo com especialistas, a frequência média do problema é de 40%, o que corresponde a quarenta produtores afetados em cada cem. Acontece que, devido ao excesso de minerais com cargas elétricas positivas (cátions), as negativas (ânions) acabam sendo neutralizadas, e são elas que mantêm as proteínas do leite afastadas umas das outras. E, sem as cargas negativas, as proteínas tendem a se aproximar e coagular.

Em resumo, é o desequilíbrio salino um dos fatores determinante para a ocorrência do LINA, fazendo com que o leite coagule na presença de álcool mesmo sem estar ácido. As pesquisas mais recentes sobre o assunto apontam que o desequilíbrio ácido básico do animal (proporção cátions x ânions) também interfere e precisa ser controlado, bem como o estresse devido à privação alimentar, seja pela diminuição da oferta de pastagem ou pelo manejo incorreto do rebanho.

Entretanto, segundo pesquisadores da UNOPAR, os fatores relacionados à produção do Leite Instável Não Ácido podem estar dentro do próprio úbere do animal. Em outras palavras, mesmo recebendo um manejo adequado, é possível que algumas vacas produzam o leite com excesso de cálcio iônico ou desequilíbrios salinos, devido sua inabilidade de regular o balanço entre os componentes com cargas negativas e positivas do leite, em específico na produção da proteína alfa-lactoalbumina, essencial na formação da lactose.