Encontro dos Produtores Brasileiros de Leite buscou alternativas para conter os impactos da alta importação de leite em pó.

Recentemente o aumento nas importações de leite têm causado forte impacto no setor leiteiro do Brasil. Diante desse cenário, a Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL) organizou o Encontro dos Produtores Brasileiros de Leite, realizado em Brasília no último dia 16. O tema debatido foi “Importação de Leite e o Prejuízo Social para o Brasil: Desestruturação da cadeia láctea, êxodo rural e desemprego” com a presença de representantes do setor lácteo de todo o país. O objetivo da reunião foi buscar alternativas para os produtores, que vivem uma situação preocupante com alta nas importações. Durante o encontro, foi ressaltada também a importância do setor lácteo para a economia brasileira, que garante o sustento de milhares de famílias.

A mobilização contou com apoio total da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), e da Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce, que esteve presente e atuante no encontro, representada pelo cooperado e presidente do Sindicato Rural de Governador Valadares, Afonso Bretas, que também representou outros produtores do Leste de Minas, levando ao encontro um abaixo-assinado com cerca de 450 assinaturas em defesa da cadeia produtiva do leite. “Foi muito importante a nossa ida a Brasília, nós ajudamos a somar força, mostramos a força do produtor do Vale do Rio Doce com um montante de mais de 450 assinaturas no abaixo-assinado. Isso tudo somado surtiu um efeito político muito forte, as argumentações foram muito sólidas, muito consistentes e eu acredito que isso vai surtir efeito no médio e longo prazo.”, afirmou o cooperado após o retorno do Distrito Federal.

A deputada federal e presidente da FPPL, Ana Paula Leão (PP/MG), destacou a capilaridade do setor lácteo no Brasil, e o tamanho do impacto da alta nas importações. “Somos milhões de produtores em mais de 1,1 milhão de propriedades rurais, sendo 81% pertencente a agricultura familiar, e mais de 90% de pequenos de médios, que geram emprego e renda em todo o país.”, afirmou a deputada em defesa do setor lácteo.

De imediato, o Governo Federal destinou liberar R$ 200 milhões para a compra de leite com o objetivo de enxugar o mercado, e ainda pretende intensificar a fiscalização com o leite em pó importado. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) firmou um aumento no imposto de importação de lácteos de 12,8% para 18% por um ano para óleo butírico de manteiga, queijos de pasta mofada (azul) e queijos com teor de umidade de 46% e 55%. Além disso, foi anunciada uma nova tarifa externa comum para 29 produtos lácteos, que pode variar de 10,8% a 14,4%.